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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

A lembrança que nunca foi entregue

Em nossa trajetória, surgem momentos de rara preciosidade, nos quais a magnitude das palavras transcende a mera expressão. Essas palavras, não proferidas, transformam-se em lembranças não entregues, tornando-se peças perdidas de nosso ser que reservamos para um "amanhã" incerto.

Nossa história se desenrola sob um sol radiante, quando dois corações se unem e decidem compartilhar suas vidas. João e Clara, nomes que ecoam no tempo, eram devotos da vida e um do outro. Acreditavam na eternidade do tempo, na possibilidade de adiar a expressão plena de seu amor e gratidão para algum futuro distante.

Assim, eles avançaram, construindo uma jornada repleta de desafios e conquistas. Entretanto, com o passar dos anos, algo singular ocorreu. A complacência tomou conta de suas expressões de amor e apreço. As palavras "eu te amo" e "obrigado" rarearam, dando lugar a sorrisos e olhares que deveriam transparecer o que guardavam em seus corações.

O tempo, implacável, seguiu seu curso, como é seu costume. Num dia que ninguém esperava, Clara partiu. Uma partida silenciosa, sem aviso prévio. João ficou só, com um coração carregado de palavras não pronunciadas e lembranças que nunca foram entregues.

Revisitaram-lhe a mente todos os momentos nos quais poderia ter confidenciado o tamanho de seu amor, a profundidade de sua gratidão. Todas as vezes que adiou um abraço apertado ou um beijo suave, confiando que o tempo seria generoso.

João reconheceu o peso das palavras não compartilhadas, um arrependimento que se abateu como um aperto no peito, uma saudade avassaladora. Ele compreendeu que havia deixado passar a chance de presentear Clara com algo de inestimável valor: a manifestação constante de seu amor.

Essa história é um convite à reflexão sobre uma realidade inegável: o amor, a gratidão e a expressão de sentimentos não podem ser postergados. O futuro é incerto, e o tempo escapa como areia entre os dedos.

A lembrança que nunca foi entregue ressoa como um chamado inadiável. Devemos agarrar cada momento ao lado das pessoas que amamos, dizer "eu te amo" com frequência, expressar nossa gratidão e carinho sem reservas, abraçar e beijar como se o amanhã fosse um presente incerto. Não deixemos para depois o que pode ser feito agora, pois o "depois" pode não se concretizar.

A lembrança que nunca foi entregue nos lembra que o amor é um tesouro compartilhado, que palavras não pronunciadas são fardos que pesam sobre a alma e que a vida é uma jornada efêmera, merecendo ser vivida plenamente, com amor e gratidão a cada passo da caminhada.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Sou capaz de aprender tudo que quero, no meu tempo, no meu ritmo

 A padronização do ensino formal não leva em conta a individualidade de cada um. Embora seja necessário termos um currículo básico comum para desenvolver as habilidades cognitivas dos jovens, além de propicicar um conhecimento do mundo que os cerca, saber como cada um adquire esse conhecimento seria de grande valia para o pleno desenvolvimento individual. Como a sociedade é constituída por indivíduos e, se cada indivíduo atingir todo seu potencial, a sociedade como um todo se desenvolverá.

O ensino formal prioriza a média com o objetivo de colocar todos dentro de uma faixa mediana de conhecimento. Seria muito mais benéfico que nos fosse ensinado o autodidatismo. A partir daí seguiríamos o caminho que desejássemos, com a sabedoria de escolher as ferramentas adequadas para aprendermos aquilo que queremos.

O tempo de aprendizado de um determinado assunto é diferente em diferentes pessoas. Quando se tem tempo para se dedicar ao aprendizado de algo, o conhecimento é adquirido de uma forma melhor, independentemente dos métodos utilizados. O problema é que nos dias atuais, com toda correria e cansaço do dia a dia, não se tem tempo para isso.

A falta de pressão para atingir um determinado objetivo (passar no vestibular, tirar uma nota boa na prova, etc.) ajuda a tornar o aprendizado mais divertido, nos condicionando a focar em aprofundar naquele conhecimento. A pressão pelo aprendizado mais atrapalha do que ajuda. É importante lembrar que leva-se muito tempo para dominar um assunto do qual se estuda. Estudar algo que desperta seu interesse sem ter que necessariamente passar por uma avaliação que comprove o seu aprendizado, é mais válido e mais produtivo, uma vez que se aprende por interesse e não por obrigação.

Hoje, depois de quase 20 anos após encerrar os estudos na escola, tenho o interesse em assuntos que na época de aluno eu considerava muito chato e não tinha o tempo adequado para aprender. Apesar do trabalho e das responsabilidades familiares, estudar um assunto sem ter um tempo demarcado para seu aprendizado está me proporcionando um conhecimento que eu pensava jamais chegar a adquirir.

Por esse motivo incorporei a seguinte diretriz em minha vida: “sou capaz de aprender tudo que quero, no meu tempo, no meu ritmo”.