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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

A beleza das imperfeições...

Na incrível jornada da vida, frequentemente nos vemos envoltos na perseguição incansável da elusiva perfeição. Obstinação nos consome enquanto ansiamos pelo padrão impecável de sucesso, aparência e comportamento, muitas vezes nos esquecendo da verdade essencial: a autêntica beleza reside nas nuances da imperfeição. Entretanto, a busca incessante por esse ideal irreal, o santuário da perfeição, tende a nos conduzir por trilhas áridas, raramente conduzindo à satisfação duradoura que almejamos. Afinal, essa suposta perfeição, que nos atrai como um fogo-fátuo, é uma miragem inalcançável.

Ao invés de continuarmos a nos lançar numa corrida interminável por um horizonte intangível, é oportuno aprendermos a abraçar nossas imperfeições com coragem. Um lembrete inescapável: todos, sem exceção, carregam as marcas da imperfeição. A pressão da sociedade, as vicissitudes das mídias sociais e até nossas próprias demandas internas muitas vezes nos empurram para um ciclo infindável de busca pela excelência em cada aspecto de nossas vidas. Entretanto, ao examinarmos a tapeçaria da história humana, notamos que aqueles que deixaram uma marca indelével não eram os que se refugiavam na fachada da perfeição, mas sim os que ousavam revelar suas vulnerabilidades e falhas. Porque é nas rachaduras da perfeição que a autenticidade floresce, onde nossa humanidade compartilhada é tecida e nossa habilidade de conexão genuína com os outros se manifesta.

As falhas, longe de serem manchas a serem escondidas, são as pedras angulares de nossa experiência humana. Em sua riqueza, elas forjam lições de valor inestimável, esculpem os contornos de nossos valores e nos impulsionam em direção ao crescimento. Ao acolhermos nossas falhas, estamos longe de admitir derrota, estamos sim abraçando uma oportunidade para nos fortalecermos e nutrirmos a compaixão em nossos corações. Quando, finalmente, reconhecemos a universalidade dessa verdade — que ninguém, independentemente de aparência ou aparente virtude, é destituído de falhas — lançamos para longe as grilhetas da autocrítica implacável, abrindo portas largas para o acolhimento pleno de quem somos.

É inegável que a caçada pela perfeição muitas vezes culmina em angústia, tensionamento e até mesmo debilidades mentais. Quando medimos a própria vida pelo prisma de um ideal inatingível, perdemos o poder de vivenciar plenamente o presente, a pura alegria de cada instante. Nesse cenário, é crucial relembrar que a vida não se trata de uma competição desenfreada para cumprir um padrão utópico. Cada indivíduo traz consigo uma trajetória única, um conjunto íntimo de batalhas internas e lutas invisíveis, o que torna a noção de perfeição ainda mais quimérica.

Desse modo, em vez de nos debatermos contra nossas imperfeições, é hora de celebrá-las. É através das rachaduras de nosso ser que a luz de nossa autenticidade irrompe. Abraça com ternura tuas idiossincrasias, teus deslizes e singularidades. Cultiva a empatia não apenas para com os outros, mas também contigo mesmo. Num lembrete constante: todos estão engajados em suas próprias jornadas, marcadas por altos e baixos imprevisíveis.

Ao derradeiro desfecho, a autêntica beleza não repousa na perfeição, mas sim na sinceridade de ser. Encara tuas falhas com serenidade, pois são elas que dão profundidade e textura à tela de tua existência. Sê gentil contigo mesmo, celebra tuas vitórias, assim como absorve as lições que residem nos erros. E compreende, mesmo nas teias da imperfeição, és digno de amor e autoaceitação. O verdadeiro tesouro é encontrado na jornada, não no destino aparentemente perfeito.

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Reflexões sobre o livro “Meditações”, de Marco Aurélio…

 É importante, ao ler este livro, ter em mente que o autor era o homem mais poderoso do mundo quando escreveu estas frases. As escreveu em acampamentos enquanto liderava o exército romano durante batalhas. Em uma época na qual liderar um exército significava marchar junto com ele e ir ao campo de batalha. As palavras eram escritas para autoreflexão, Marco Aurélio não escreveu as notas pensando em publicação.

Escolha lutar somente aquelas que valem a pena. Você não tem energia nem tempo suficiente para lutar todas as batalhas. Simplifique. Saiba que independente de como esteja agora, isso vai passar, você vai mudar, as circustâncias mudarão. Seja virtuoso enquanto vive, afinal, ninguém viverá mais que cento e poucos anos. O fim chegará a todos, sem distinção alguma. Faça poucas coisas, mas as faça bem.

O filósofo busca a sabedoria constantemente, pois tem a noção de não possuí-la, em toda forma de conhecimento e em todos os lugares. Estude Filosofia de forma prática, dinâmica e atrativa, aprendendo com os grandes mestres da sabedoria a encontrar respostas para entender melhor a si mesmo e ao mundo. Pessoas passaram toda sua vida sintetizando seus pensamentos, aproveite. Eis uma mágica dos livros: você pode “entrar” na mente de outra pessoa, tentar ver o mundo com os olhos dela.

Você conviverá com pessoas boas e pessoas ruins, e tudo bem, você não sabe porque elas agem da forma como agem. Não consuma parte da vida que te resta fazendo conjecturas sobre outras pessoas. Não se importe com a opinião alheia, eles geralmente não conhecem teus caminhos e tuas batalhas. É uma grande perda de tempo e de energia estar sempre ocupado com as ações alheias. O elogio é sempre bem vindo e nos faz bem, mas não viva apegado somente a elogios.

“Nunca estimes como útil para ti o que um dia te forçará a transgredir tua fé, a renunciar ao pudor, a odiar alguém, a mostrar-te receoso, a maldizer, a fingir, a desejar algo que precisa de paredes e cortinas. Aja de forma honesta e verdadeira sempre. Você pode evitar suas próprias ações, mas não pode evitar a ação alheia.

Se acordares de má vontade e de forma preguiçosa, lembre-se: “desperto para cumprir uma tarefa própria de homem”, homem aqui no sentido de humano, não do gênero masculino. Nasceste para viver reclinado entre cobertores?

A mudança é temida? E que pode acontecer sem mudança? Existe algo mais querido e familiar à natureza do conjunto universal? Poderias tu mesmo lavar-te com água quente, se a lenha não se transformasse? Poderias alimentar-te se os alimentos não se transformassem? E outra coisa qualquer entre as úteis, poderia cumprir-se sem transformação? Não percebes, pois, que tua própria transformação é algo similar e igualmente necessária à natureza do conjunto universal? Aceite a mudança, ela é a única coisa constante na vida.

“Se te afliges por alguma causa externa, não é ela o que te importuna, mas o juízo que fazes dela. E depende de ti apagar esse juízo. Mas se te aflige algo que se encontra em tua disposição, quem te impede de retificar teu critério? E de igual modo, se te aflige por não executar essa ação que te parece sã, por que não a colocas em prática em vez de afligir-te”?

O livro tem muito a oferecer. Principalmente a quem tem simpatia pela filosofia estóica. Aqui está apenas um brevíssimo resumo das ideias que me são importantes neste livro…